domingo, 28 de junho de 2009

VI Memorial “Maria Aparecida Guimarães” – LX

Olá amigos,

Participo e prestigio pela 1º vez no torneio em homenagem a avó e grande incentivadora do Mestre Internacional Mauro Guimarães de Souza, o VI Memorial “Maria Aparecida Guimarães” pela liga de xadrez.

Maria Aparecida Guimarães, avó e grande incentivadora do Mestre Internacional Mauro Guimarães de Souza, nasceu dia 14 de janeiro de 1918 e faleceu no dia 13 de março de 2001.

Como as palavras do próprio mestre, a sua querida avó sempre o motivava comprando livros, revistas e jornais que falavam sobre xadrez.

Retrospectiva

Apesar de nunca ter participado do evento, farei um pequeno comentário sobre o IV e V Memorial “Maria Aparecida Guimarães” de 2007 e 2008.


Em 2007, o evento teve a participação de 42 jogadores e sempre o principal interessado em vencer era o MI Mauro Guimarães, mas não obteve o êxito e o campeão da edição foi o MI Rezende.


Em 2008, o evento contou com 26 participantes e mais uma vez mestre interessado não conseguiu concretizar o feito como 2005 e 2006 onde foi campeão, infelizmente perdeu por critério de desempate do merecido título a Luis Guilherme Abdalla, que venceu o mestre e terminou invicto no torneio.

* Não consegui encontrar a 1º edição do memorial no site da liga de xadrez, caso alguém encontrar favor postar no comentário.

Dados do evento


Local: GXBG (Galeria de Xadrez Borba Gato)
Data: 27/06/2009
Hora: 14h
Ritmo: 20min
Rodadas: 6
Arbitragem: Sérgio Melo
Organização: Liga de Xadrez
Participantes: 38 jogadores.

O torneio


Na 1º rodada direto para a mesa 2 (é claro que eu fui puxado pelo baixo rating liga de 1810), enfrentei o meu 3º mestre internacional em torneio oficial, Alexandru Sorin Segal (2289/6º). É difícil falar de quem não conhece essa figura do xadrez brasileiro, mas como o blog além de ser de caráter pessoal, mas também didático e informativo, logo procurando no Google da vida, achei um ótimo artigo publicado pelo meu amigo Gérson Peres, editor do maior site de xadrez do Brasil. Veja o artigo >
aqui<



Voltando a partida, pedi que Melo tirasse uma foto com o mestre (Melo só costuma tirar fotos na 3º rodada) e gentilmente o meu pedido foi atendido. Jogando de brancas, estava com pressentimento que ali poderia ser a minha melhor partida da minha vida enxadrística. Como podem ver na abertura da imagem acima com o mestre, fugi da teoria que nem o vampiro fugindo da cruz já que o adversário era um exímio teórico de xadrez. As partidas da “sala da justiça” iam acabando e as demais partidas da galeria também. E ai, com apuro no tempo para ambos com olhar em geral da torcida e espectadores, o silêncio paira no ar... SETAAAAAAAA!



É amigos, mais uma vez enrolei no tempo, mas por um tempo no final acabei ficando ganho, mas o mestre acabou ganhando uma posição de empate, mas a SETA me salvou antes de ele olhar para o arbitro solicitando empate.


Na 2º rodada, enfrentei o meu ex-carrasco (pois havia vencido 1 vez e o atual carrasco é o Saito) João Batista (2060/35º). Com o calor da 1 partida e pela cara do Batista de sono, falei vamos tomar um cafezinho? (uma forma sutil de solicitar empate) e não deu outra, “tablas”.



Na 3º rodada, enfrentei o quase freguês e ídolo da nação AAS, Bronislaw Tondowski (1810/19º). Digo quase freguês por que a contagem do placar ainda é pequena e o amigo me venceu na 1º partida em 2006 (deve estar 5 a 1), mas sempre é uma partida difícil. Jogando de brancas acabo aumentando demais a minha coragem e ai não deu outra, fui pra cima e ganhei uns 3 peões, mas houve uma conseqüência do ato ousado e perdi meu pobre cavalito. Mesmo assim achei que valeu a pena trocar a peça por 3 peões, mas o polaco jogou firme e conseguiu recuperar os peões e ainda de sobra levou mais um “soldado”, é mole?

Agora com uma peça e um peão a menos, fui obrigado a usar a estratégia do “jegue” (sentar a bunda no chão e esperar) na qual consiste do jogador travar a posição e esperar o ataque do adversário até que cometa algum deslize e no contra-atacar com golpes táticos. E manobrando, manobrando o polaco não estava conseguindo achar uma estratégia diante ao meu estilo “jegue”, eu sempre ficava ameaçando os taticozinhos e ainda o polaco estava ficando apurado, algo que me agrada muito. E algo inesperado acontece, Bronislaw respeitou a minha defesa e me ofereceu empate mesmo com peça e peão a mais, acredita? Nem preciso falar que aceitei a generosa oferta.


Na 4º rodada, ainda invicto e vivo torneio, pois ainda poderia ficar entre os 8º primeiros e beliscar a “bufunfa”, enfrentei a dirigente do depto de xadrez do clube Paulistano e forte jogadora feminina, Norma Vargas (1894/14º). Partida difícil e decisiva para voltar a “sala da justiça” (as 4 primeiras mesas), jogando de pretas a partida foi bem posicional na abertura até que “a bola veio ao pé do artilheiro” e acabei aplicando um tático num descuido da Norma, trocando minha torre por 2 bispos. Mas ainda assim ficou difícil, pois a amiga se armou e ficou difícil de arrematar a partida. Forçando as trocas e levando pro final, a peça a mais reinou e assim venci a dura partida.


Na 5º e penúltima rodada, volto a “sala da justiça” e enfrento o campeão do mês de junho da casa amarela (memorial Júlio guerra), Emílio Ishikawa (1843/16º). Partida bem estranha e feliz para mim, pois o Emílio foi inventar mais do que eu na abertura e tomou um peão tão envenenado que além de perder peão e peça ficou com uma dura ameaça de mate e não conseguiu segurar mais a posição.


Na 6º rodada e decisiva rodada contava que iria enfrentar o MI Mauro que estava praticamente com o merecido título na mão, pois estava com 5/5 e precisava apenas de um empate, assim eu ia oferecer empate ao mestre. Mas o “desgramado” do emparceiramento me colocou mais uma vez diante do forte jogador Ricardo Paolucci (1887/3º). Antes de narrar este episodio, abro um espaço para o amigo que além de ser um grande jogador de xadrez é também meu parceiro na jornada literária e escreveu um excelente artigo sobre uma abordagem sobre a questão da visibilidade do xadrez no marketing desportivo. Veja >
aqui<

Agora voltando à partida, mais uma vez foi dura como nos últimos 3 confrontos na GXBG (1 vitória, e 2 empates suados para o herói mogliano). Desta vez em desvantagem jogando de pretas, fiz de tudo para trocar as peças e tentar um empate. No final de jogo, Paolucci mais uma vez ficou muito apurado e mesmo com peão a mais foi obrigado a aplicar um xeque perpétua, pois se não o fizesse eu iria fazer já que o seu rei estava também muito exposto.

Em resumo


E/D: MI Segal (6º), Reinier (4º), Marcos (8º), Gianni (7º) e o agachado Sergio (5º).

Fiz 4,5/6 invicto ficando na excelente 4º colocação no torneio (ganhando a bufunfa de R$ 80,00, meu maior prêmio até então) e ainda ganhando 20 pontos no rating liga ou GXBG.

Destaque


1. Para o neto da vovó Maria Aparecida, o campeão invicto MI Mauro de Souza. E mais um grande destaque foi o 2º lugar do jogador ativo mais velho jogando xadrez no Brasil aos 93 anos, Lourenço Cordiolli. E parabéns também pela 3º posição do Gestor Esportivo de 2009, prêmio dado pela Confederação Brasileira de Clubes, Ricardo Paolucci.

Classificação e fotos >
GXBG e Liga de xadrez.

Um comentário:

  1. Agora foi!

    (Normalmente eu digo: Agora vai! Mas desta vez foi!)

    Parabéns Reinier, como disse, o desempenho individual tem merecido ressalvas... Nenhuma derrota ein?

    Nada melhor do que vencer um MI! Ainda chegará a minha vez! Sinceramente, não estou lutando nada para isso, mas confesso que um dia acerto algum, nem que seja um polonês!

    Mano, o Menino Mogli vai precisar ser respeitado, assim como o respeito, mais vezes em qualquer torneio que se fizer presente.

    Quanto ao blog, nem preciso mencionar, que é uma satisfação enorme ver tanto entusiasmo e vontade que nos passa ao lê-lo.

    Só senti falta da continuidade do proposto nas postagens anteriores: O VÍDEO!

    Estava curioso para assistir.

    No mais... é só.

    Parabéns! (Mais uma vez)

    E até breve.

    Rafael Favarin Pimentel
    www.cxguaira.blogspot.com
    www.blogsdexadrez.blogspot.com

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